Técnicos entram em reator japonês pela 1a vez após explosão
Andréa Rodrigues
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quinta-feira, 5 de maio de 2011
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TÓQUIO (Reuters) - Técnicos entraram no prédio do reator 1 da usina
danificada de Fukushima Daiichi na quinta-feira pela primeira vez desde que uma
explosão de hidrogênio arrancou o teto da estrutura um dia após o devastador
terremoto seguido de tsunami de 11 de março.
Altos níveis de radiação dentro do prédio vinham impedindo que a equipe
entrasse para começar a instalar um novo sistema de resfriamento e finalmente
controlar a usina, processo que a operadora Tokyo Electric Power (TEPCO) disse
poder levar o ano todo.
O tremor de magnitude 9,0 e o enorme tsunami que o sucedeu mataram cerca de
14.800 pessoas, deixaram aproximadamente mil desaparecidos e destruíam dezenas
de milhares de casas.
A sequência de acidentes também derrubou todos os sistemas de resfriamento da
usina de Fukushima, localizada 240 km ao norte de Tóquio, levando ao maior
vazamento de radiação desde o desastre de Chernobyl em 1986.
Duas equipes da TEPCO e 10 empreiteiros com vestes de proteção, máscaras e
tanques de oxigênio trabalharam durante uma hora e meia, entrando e saindo em
pequenos grupos para conectar dutos de tubulação a ventiladores que filtrarão 95
por cento do material radioativo no ar, disse um porta-voz da empresa.
'Iremos operar (os ventiladores) durante dois ou três dias. Depois disso
planejamos iniciar o trabalho de instalação do sistema de resfriamento',
informou o porta-voz Naoyuki Matsumoto.
A agência de segurança nuclear declarou mais tarde que o sistema de
ventilação e os filtros já estão funcionando.
A TEPCO disse que os funcionários que realizaram o trabalho devem ter sido
expostos a cerca de 3 millisieverts de radiação cada um durante a operação.
Pela lei japonesa, funcionários de usinas nucleares não podem ser expostos a
mais de 100 millisieverts ao longo de cinco anos, mas para lidar com a crise de
Fukushima o Ministério da Saúde aumentou o limite legal no dia 15 de março para
250 millisieverts em uma emergência.
Radiação de até 49 millisieverts por hora foi detectada dentro do prédio no
dia 17 de abril, quando a TEPCO enviou um robô para analisar as condições.
Matsumoto não soube dar detalhes sobre os termos da contratação dos 10
empreiteiros, mas disse que estão sujeitos ao mesmo limite de 250 millisieverts
por exposição à radioatividade dos outros funcionários da usina.
A TEPCO também disse em um relatório encaminhado à agência de segurança
nuclear na quinta-feira não haver possibilidade de outra explosão de hidrogênio
no reator 1 graças ao progresso no preenchimento do recipiente de contenção, um
invólucro exterior de aço e concreto que sedia o recipiente do reator, com
água.
Os trabalhadores vêm tentando preencher os reatores com água suficiente para
levar as hastes de combustível nuclear em seu interior a um 'desligamento a
frio', no qual a água que os resfria está a menos 100 graus Celsius e os
reatores são considerados estáveis.
Se a agência de segurança nuclear aprovar o relatório da TEPCO, a empresa
disse que irá intensificar o ritmo no qual está bombeando água para acelerar o
processo.
(Reportagem adicional de Yoko Kubota em Tóquio, Roberta Rampton e Ayesha
Rascoe em Washington)
Categoria: Destaques , Notícias do Mundo
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