Menino de nove anos que foi abandonado em BR pode continuar com a mãe
Andréa Rodrigues
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sexta-feira, 12 de agosto de 2011
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O menino de nove anos que foi encontrado na madrugada da última terça-feira (9) após ser espancado e abandonado pela mãe e pelo padrasto na BR-163, em Campo Grande, pode voltar ao convívio da mãe.
Segundo a delegada Regina Márcia Rodrigues, responsável pelas investigações, Lindeureni da Vera Cruz Pecorari, 37 anos, mãe da criança, também foi considerada vítima, já que o depoimento dela bate com o que a criança diz.
O menino relatou a delegada que no dia da agressão a mãe estava muito estranha e que nunca tinha visto a mãe daquele jeito. Outro fator que levou a polícia a considerá-la vítima foi que ela estava dopada tendo que ser encaminhada ao posto de saúde.
Ainda de acordo com a delegada, a princípio, a criança vai continuar sob os cuidados do pai ou de outro familiar, até que as investigações sejam concluídas. Só depois disso, o Conselho Tutelar vai fazer um acompanhamento para identificar a possibilidade de a criança ficar com a mãe.
Sandro Moreira Cabreira, 37 anos, padrasto do menino pode ser transferido ainda hoje da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) para o presídio de trânsito. O homem foi indiciado por lesão corporal dolosa contra a criança e a mãe, estupro contra a companheira, abandono de incapaz e maus-tratos.
O caso - O menino foi encontrado por volta das 2 horas da última terça-feira (09) caminhando sozinho, com diversas lesões pelo corpo, às margens da BR-163, saída para São Paulo, em Campo Grande.
Um rapaz de 21 anos seguia pela rodovia em direção à casa onde mora, na Chácara das Mansões, quando observou que um caminhão fez uma manobra brusca e desviou de algo na pista.
O jovem, que preferiu não se identificar, declarou que pensou que fosse algum animal, mas verificou que se tratava de uma criança e cerca de 100 metros depois retornou, na contramão, de encontro ao menino.
Segundo o rapaz, o garoto estava desesperado, lesionado e com hematomas no rosto. Diante da situação, levou a criança para sua casa. O menino contou que o padrasto havia lhe batido porque tinha deixado seus brinquedos no chão.
Falou ainda que depois das agressões, o padrasto disse que o levaria para comer seu último cachorro-quente. O menino comeu, por volta da 1 hora, e depois, segundo ele, foi deixado na rodovia.
Quando a criança dormiu, o jovem procurou a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e foi orientado a ir à Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) ainda pela manhã.
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